sábado, 9 de abril de 2011

A ÁGUA QUE NÓS BEBEMOS


Eis um empolgante vídeo que entrelaça a atividade de espelelogia e a relação cavernas,água e vida.
Foi produzido por Sandro Sedran da Federação Espeleológica Veneziana e "estrelado" por Alberto Drago, Simona Tuzzato e Sandro Sedran. A eletrizante trilha sonora corre por conta do Deep Freq (Rapture).
O nome do curta é "The water we'll drink".
Curta o curta.



fonte: Karst Worlds

domingo, 3 de abril de 2011

NOVAS CAVERNAS EM UNAÍ.

Um belo ninho de pérolas








Oólitos ou pérolas de cavernas
Com a idéia de aliar o prazer do contato com a natureza, a prática esportiva e a proteção do patrimônio espeleológico o Diário do Carbureto tem se aventurado pelas brenhas do cerrado unaiense.
Em sua última saída e com a finalidade de explorar uma cavidade localizada por dois de seus integrantes em setembro de 2010  aconteceu aquilo que todo explorador deseja.

Foi encontrada em um maciço calcário ás margens do Ribeirão Canabrava uma pequena gruta por nós batizada como Lapa da Foice.
 Em poucas horas de exploração a equipe do Diário do Carbureto concluiu o reconhecimento alegre pela saída, mas achando que a  dimensão da caverna ficou abaixo das expectativas.
Na saída resolvemos explorar uma passagem que deixamos para o final. Conseguimos acrescentar mais uns bons metros no desenvolvimento da caverna, o que foi legal. Um dos integrantes, intrigado com uma mancha extremamente branca perto de uma parede resolveu se aproximar para checar aquilo.
Foi ao chegar mais perto verificou se tratar de um especialíssimo ninho de pérolas (oólitos).
Pérolas sob a luz da carbureteirs. A brancura do mineral é tão grande que  adquire a cor exata da fonte de luz.
 Entusiasmadíssimos com a descoberta todos sacaram de suas câmeras e , para não  prejudicar o desenvolvimento deste belíssimo espeleotema, se postaram com extremo cuidado ao redor da descoberta do dia.
Como todo apreciador de cavernas sabe, não devemos deixar para trás, nenhuma abertura por onde é possivel uma pessoa passar. E foi isso que garantiu o sucesso da nossa saída
Mais uma vez comprovamos que, apesar de suas dimensões, qualquer gruta pode guardar em um de seus salões  um  belíssimo tesouro imensamente frági.
Mais um dia ganho para o Diário do Carbureto.

 Salamanta, jiboia-vermelha ou surucucu-de-fogo (Epicrates cenchria crassus). Bela recepão em uma reentrância do paredão

REGISTROS PRÉ HISTÓRICOS IDENTIFICADOS

Representação de ave pernalta. Pinturas de aves são muito raras na região do Noroeste de Minas

Afiadores, utilizados para lâminas de pedras.





Dois integrantes em uma de suas sondagens no município de Unaí  resolveram verificar a existência de um possível sítio rupestre. Após rodar vários quilômetros por estradas de terra chegaram em um maciço calcáreo de uns 500m de extensão longitudinal.
Foi então que aconteceu algo interessante. 
Embora nunca tivessem ido ao local, assim que chegaram rumaram às pedras.
Grafismos não interpretados.
Ao ver a densa e vegetação que contornava o maciço que desejavam alcançar, os dois logo preparam o espírito para encarar aquele emaranhado de cipós dos mais variados calibres, com uma diversidade de agulhas capaz de humilhar qualquer  porco-espinho ou alfaiate e, para  reforçar a defesa sempre há aquela parede de urtigas com suas injeções de ácido e histamina prontas para nos acolher.

Espirito preparado, partiram para atacar a trilha. Surpreendentemente em menos de trinta segundos estavam cara a cara com o abrigo. Foi como se uma mão invisível os tivessem guiados diretamente para o local onde a dezenas de séculos atrás grupos de homens e mulheres se reuniam para   se abrigar de feras, cultuar suas místicas ou simplesmente repousar emsegurança.

Encontarmos no local a marca da atividade dos verdadeiros conquistadores do que hoje se chama Unaí.
Afiadores, podiam ter também significado ritualístico
Pinturas em vermelho, carvão e,  provavelmente, calcita  se distribuem   em um abrigo estrategicamente posicionado e tambem ao longo do paredão.
Provável representação de objetos celestes, a figuras em linha podem também representar  humanos
Subindo por uma fenda que percorre diagonalmente a parede, pode-se alcançar um nicho voltado para a baixada que margeia o Ribeirão Canabrava onde se encontram pinturas provavelmente de objetos celestes. Postado neste local  o antigo habitante podia controlar, como um sentinela, toda a movimentação do entorno.  Dali, era possível detectar a presença tanto dos animais perigosos quanto daqueles que representavam uma farta refeição.
Durante a sondagem a dupla acabou por detectar, também, uma entrada de caverna  onde teríamos uma grata surpresa que  foi narrada no post anterior.

A idéia agora é provocar nos unaienses a curiosidade e o respeito ao rico patrimônio do qual são os atuais depositários.